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A NOVA PARADA DO METRÔ

Ziriguidum UOL

08/12/2002

Nos anos 80 eles ganharam o dial com hits new-wave como Beat acelerado, Johnny love, Ti-ti-ti e Tudo pode mudar. Quando se separaram, a doce voz de Virginie ganhou abrigo da banda Fruto Proibido e chegou a emplacar o hit Más companhias na trilha sonora da novela Fera radical.Mas o que ficou no inconsciente coletivo foi o Metrô. Em qualquer festa de flash back, coletânea da década ou mesmo bate papo sobre música para quem tem mais de 25, o nome da banda entra em pauta. E agora, meio por acaso, eles voltam com um CD caseiro e independente, gravado como uma ação entre amigos.

Longe de ser saudosista, Déjà vu marca o reencontro de Virginie, Yann Lao e Dano Roland. E festa que é festa tem que ter convidados: Jorge Mautner, Preta Gil, André Fonseca, Lucas Santtana, Nelson Jacobina, e Waly Salomão.

O Metrô de 2002 pouco lembra os anos 80. A nova fórmula mistura, de maneira despretensiosa, música brasileira e eletrônica. Antigos hits ganham nova roupagem, como Beat acelerado e Johnny love. Algumas obras alheias também têm vez, como a versão bossa nova de Mensagem de amor, de Herbet Vianna; Que nega é essa?, composição de Jorge Benjor eternizada no samba-rock do Trio Mocotó; Coração vagabundo, de Caetano Veloso, que estava no repertório caseiro de Virginie desde os 13 anos. E até a velha guarda teve espaço com Aquarela do Brasil, de Ary Barroso e Leva meu samba, de Ataulpho Alves.

Todo o disco foi gravado na casa de Dany. Yan, que mora entre São Paulo e Ilhabela, passou uma temporada com o amigo no Rio. Brincadeiras em estúdio, músicas novas e os dois mandando para Virginie, que mora entre França e Moçambique. Até que ela não resistiu, se juntou aos amigos no Rio e colocou voz no disco.

É Dany quem define o clima: "Esse é um CD literalmente caseiro, gravado em casa com nossas crianças brincando em torno de nós, cachorro latindo, telefone tocando, usando um Pro Tools e um microfone. Fizemos algumas pausas para comer acarajé aqui na esquina, dar um pulo no Posto Nove, em Ipanema e ir até a Feira de São Cristóvão. Nos divertimos para valer. Não tínhamos compromisso com nada, apenas com a felicidade", resume.

ENTREVISTA COM DANY

Essa volta do Metrô foi quase silenciosa. De um dia para outro a notícia apareceu, o disco já estava pronto. Foi um segredo guardado a sete chaves?

Não foi segredo algum, pois não temos nenhuma "estratégia".... é só olhar no geocities.com/metro_br, site de fãs. Eles sabiam de tudo desde 16 de janeiro! A Erika Palomino (Folha de São Paulo) também já tinha dado uma notinha na sua coluna em agosto. Mas, para falar a verdade, nem nós mesmos sabíamos se este trabalho sairia para o público ou ficaria apenas restringido ao nosso circulo de amigos...Foi, e é, graças a TRAMA que este CD vem a publico. E eu agradeço de coração. Quando começamos a trabalhar também não era uma volta do Metrô. Como dizia o poeta "o tempo não pára". Nunca encaramos como a volta... não temos nostalgia. Apenas nos encontramos para gravar algumas "brincadeiras"! Vocês já imaginavam essa reunião ou foi por acaso?Nunca passou pela minha cabeça a volta do Metrô. Já era página virada. Mas nossas famílias, agora com muitos filhos pequenos, nos cobravam. Eles só viam o Metrô em vídeo! Quando nos encontramos, elas perguntaram: "então porque não tocam alguma coisa?"Mas há um ano começamos a pensar em fazer algo juntos. Mas era impossível, pois cada um vive num canto. Virginie em Maputo (Mocçambique), Yann em Ilhabela (São Paulo), e eu aqui em Santa Teresa (Rio de Janeiro). Mas hoje, com ajuda da Internet, tudo ficou mais fácil.... O conceito do disco não tem nada a ver com o pop original do Metrô/anos 80. É resultado do amadurecimento de vocês ou mesmo de liberdade comercial?É resultado dos dois: de nosso amadurecimento e também de não ter tido nenhum tipo de interferência da indústria... não sabemos o que é o mercado e nem nos preocupamos com isso...

E Déja-vu vai ter continuação?

Só o tempo vai dizer... temos, com certeza, material para mais um CD... e temos vontade de fazer outras coisas juntos. Mas não estamos fazendo nenhum tipo de plano neste sentido... Apenas nos reunirmos entre março e abril de 2003 para uma pequena tour pelo Brasil. Vamos tocar o Déja-vu ao vivo em algumas capitais.

Vocês sempre foram muito cobrados por uma volta do grupo?

No ano passado fomos bastante assediados na carona do sucesso merecido do Capital Inicial. Mas a indústria queria fazer um DVD acústico... e não nos interessou. Não temos uma obra que mereça este projeto. Queríamos ter paz, tranqüilidade e intimidade para trabalhar e não voltar diante de 10 câmeras. Não queríamos nos expor desta forma. Temos muito material em DV super caseiro (como tudo q fizemos) e q deve vir a ser nosso clip e, quem sabe, um dia, um DVD.

(por Beto Feitosa)

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