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CALDEIRÃO SONORO E ECLETISMO MUSICAL

Tribuna Online

24/12/2002

"Dèja vu"/Bom

A maioria do público conhece o Metrô por hits da década de 80 como "Beat acelerado" e "No balanço das horas", mas a banda da vocalista francesa Virginie, que há 17 anos não tocava junta, nasceu ainda na década de 70, em plena febre do rock progressivo e sem a moçoila à frente do microfone. Pois agora eles estão de volta com "Dèja-vu" que sai pelo selo independente BD, na formação que ficou conhecida em todo o País, mesclando um pouco de tudo isso e sem a idéia de reeditar o pop new wave que fez com que estourassem nas rádios - excessão para a dispensável "Johnny Love" que reaparece "modernizada". O resultado é um álbum duplo irregular, com ótimos momentos e alguns deslizes.

"Mensagem de amor", música de Herbert Vianna que abre o CD na versão de Lucas Santana que participa na faixa tocando violão, é um destes bons momentos. "Que nega é essa?", de Jorge Benjor, totalmente remixada e trazida para o século XXI através da música eletrônica é outro destaque do CD. Talvez o problema do disco seja exatamente essa vontade da banda de não se mostrar presa aos padrões que os caracterizavam anteriormente, apresentando assim uma mistura eclética demais que acaba soando non sense.

"Aquarela do Brasil", clássico de Ary Barroso e "Coração vagabundo", de Caetano Veloso, parecem não se encaixar muito bem entre as 19 faixas do CD. Simbolizando este tal ecletismo, a faixa título traz a participação do pernambucano Otto e do poeta Wally Salomão sampleando samba e misturado com uma linguagem pop descartável. O resultado de tudo isso é um caldeirão sonoro que, a princípio, parece atirar para todos os lados para ver que rumo tomar daqui para a frente.

DÈJA-VU - Novo disco do Metrô. Lançamento BD Produções. 19 faixas.

(Tatiana Tavares)

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