OLHAR

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METRÔ EM MOÇAMBIQUE

Maputo.co.mz

03/2003

Metrô

Depois de um começo embrionário com o nome de A Gota Suspensa e um disco independente em 1983, o Metrô popularizou-se rapidamente. Lançado em 1985, logo após o estouro do compacto "Beat acelerado" em 1984, o disco Olhar (que não incluía a música-símbolo do grupo) era uma sucessão de irresistíveis canções que resumiam toda a energia do emergente pop-rock brasileiro, com muitos teclados new-wave e letras ingênuas. A bela vocalista Virginie dividia com Paula Toller (do Kid Abelha) as atenções dos garotos, com a vantagem de possuir na época uma voz bem melhor e mais técnica.

Mas o sucesso foi passageiro e a crise veio no auge da fama. Virginie saiu e o grupo tentou se manter com o cantor português Pedro Parq à frente, mas acabou sumindo junto com tantas outras bandas da época. Em 1989, Virginie lançou um compacto e um álbum ao lado do grupo Fruto Proibido e depois parou de vez. E agora, talvez animados pelo revival de sua geração ou pela simples curtição de tocar juntos, alguns dos integrantes originais se reuniram e lançaram um novo disco, sem grande alarde nem armações com a mídia.

Déjà-vu

O retorno do Metrô tem tudo o que não se espera de uma banda surgida no pop-rock brasileiro dos anos 80. O tom geral é meio depressivo, sem a alegria do repertório original. A primeira música de trabalho, "Mensagem de amor", é regravação de um sucesso dos Paralamas do Sucesso e seu arranjo dá o tom do novo álbum.

Com muito samba e bossa-nova temperados com música regional, samples variados e batidas eletrônicas convivendo com suaves violões, Déjà-vu apresenta novas composições, versões e muita viagem sonora. No total, 15 faixas distintas, mais 4 versões remixadas.

Agora reduzido a um trio, o Metrô ressurge com Virginie e outros dois fundadores, Yann e Dany, que se revezam em diversos instrumentos e também são os responsáveis pela produção e gravações. Morando com a família em Moçambique, Virginie voltou pra matar saudades do Brasil, dos amigos e da música. O projecto foi arquitectado por Yann e Dany, já que Alec não se interessou em voltar e actualmente desenvolve trabalhos com Kiko Zambianchi. Além deles, Zaviê, o baixista original, aceitou retornar apenas para algumas gravações, como convidado especial.

O repertório certamente não agradará a roqueiros em geral, sendo voltado ao público da MPB. Todavia, o resultado é bastante agradável e a música, acima de todo e qualquer rótulo, é de grande qualidade. o "novo" Metrô exibe um som mais calcado na nova MPB com elementos eletrônicos (lounge, trip hop), incluindo uma versão para Aquarela do Brasil, de Ary Barroso.

O grupo actua próximo sábado, 15 de Março, no CCFM

Hora: 20h30

Preço: 50.000 Mt

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